A eletroconvulsoterapia (ECT), comumente referida como eletrochoque, é um tratamento psiquiátrico que envolve a indução de uma convulsão controlada por meio da aplicação de uma corrente elétrica no cérebro, geralmente sob anestesia geral. Desenvolvida na década de 1930, a ECT é especialmente indicada para casos de depressão maior, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e outras condições psiquiátricas que não respondem adequadamente a tratamentos convencionais. O procedimento é realizado em ambiente hospitalar, onde o paciente é monitorado cuidadosamente durante todo o processo.
O tratamento é considerado seguro e eficaz, com uma taxa de mortalidade extremamente baixa, estimada em cerca de 2,1 por 100.000 procedimentos. A ECT atua regulando os níveis de neurotransmissores no cérebro, como serotonina e dopamina, proporcionando alívio rápido dos sintomas, muitas vezes em uma única sessão. Embora não cure as doenças tratadas, pode levar a uma significativa redução dos sintomas e é frequentemente utilizado em conjunto com outras terapias.
Historicamente, a ECT enfrentou controvérsias devido ao seu uso inadequado no passado, onde não se utilizavam anestesia ou relaxantes musculares, resultando em experiências traumáticas para os pacientes. No entanto, os avanços na técnica tornaram-na muito mais segura e tolerável. Atualmente, os pacientes são submetidos ao procedimento sob sedação adequada e monitoramento constante das funções vitais.
As contraindicações incluem condições médicas específicas, como doenças cardíacas graves ou histórico de AVC. Apesar do estigma que ainda persiste em torno da ECT, a evidência científica apoia sua eficácia em muitos casos críticos, especialmente quando outras opções de tratamento falham. A conscientização sobre o que realmente envolve este procedimento é fundamental para desmistificar a ECT e permitir que mais pacientes se beneficiem desse tratamento potencialmente salvador.